Amares, Braga e Póvoa do Varzim ) Portugueses premiados pela divulgação do caminho de Braga a Santiago de Compostela


A União de Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos (Amares) e os peregrinos portugueses Henrique Malheiro e José Eusébio foram distinguidos com os Prémios Abadessa Mariana, atribuidos pela associação espanhola Codeseda Viva a personalidades e instituições que contribuem para a promoção do Caminho da Geira e dos Arrieiros.

A organização anunciou no sábado, dia 3, a atribuição dos galardões que, além dos portugueses, contemplaram também os espanhóis Xesús Palmou, presidente da Academia Jacobeia; a Associação de Amigos da Terra de Montes, e José e Josefa Rodríguez, pai e filha, residentes Beariz, pelo seu apoio aos peregrinos.

Os Prémios Abadessa Mariana são entregues anualmente para assinalar a certificação do Caminho da Geira e dos Arrieiros pelo Arcebispado de Santiago de Compostela. Esta edição contemplou também 2020, devido às dificuldades criadas pela pandemia.


A cerimónia de entrega está marcada para sexta-feira, dia 9, e apenas assistirão os premiados espanhóis, autoridades e colaboradores da organização, uma decisão resultante das regras de combate à pandemia. Aos portugueses serão entregues por videoconferência.

O troféu é uma tábua em madeira de castanheiro, com um circulo no meio de duas conchas de vieira, representando um símbolo gravado numa pedra do antigo mosteiro de Codeseda, hoje colocada no muro exterior da igreja da localidade galega.


“Com os prémios queremos agradecer aos vencedores a sua colaboração e estender o agradecimento às dezenas de pessoas, associações e entidades que nos ajudaram, bem como às centenas de peregrinos que escolheram este caminho para a sua peregrinação. Se tivéssemos que dar uma tábua a cada um deles, talvez não houvesse castanheiros suficientes na paróquia de Codeseda para fazê-los”, assinala a associação. 


O nome do prémio homenageia a primeira abadessa do mosteiro de Codeseda, Mariana Fernández, que assumiu o cargo em 1164, mantendo a sua condição de feminino até desaparecer, por volta de 1419. Sobre o mosteiro há referências escritas desde princípios do século IX.


O Caminho da Geira e dos Arrieiros foi apresentado em 2017 em Ribadavia (Galiza) e Braga, reconhecido pela Igreja em 2019, reconhecido pela associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico em 2020 e é um itinerário oficial da Peregrinação Europeia de Jovens do Ano Santo Jacobeu 2021/22.

Neste momento, falta apenas ser homologado pelo governo da Galiza. O processo será agora conduzido pela  Associação para o Fomento do Caminho da Geira e dos Arrieiros, liderada pelo presidente do concelho galego de A Estrada, José López Campos. Isto porque a associação Codeseda Viva considera que, “concluídas as investigações, a certificação pela Igreja e a consolidação da passagem dos peregrinos, está feito o que uma associação cultural pode alcançar, pelo que para si é um projeto completado”.

Este percurso, que liga Braga a Santiago de Compostela na distância de 240 quilómetros, destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira Romana e a Reserva da Biosfera do Gerês/Xurés. O traçado é um dos cinco que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela, entre centenas existentes na Europa com destino à capital da Galiza.


Os premiados 

Ano 2021 :

União de Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos, no concelho de Amares. Em Santiago de Caldelas, importante pelas suas águas termais e situada no final da primeira etapa, seis meses despois da certificação do caminho pelo Arcebispado de Santiago de Compostela, foi inaugurado o primeiro albergue público, com 16 camas e serviços, convertendo-se num autêntico oásis para os peregrinos.

Xesús Palmou: presidente da Academia Jacobeia, pelo seu apoio ao caminho desde o primeiro momento, participando em 2017 no acolhimento aos primeiros peregrinos e posteriormente divulgando a rota em conferências, como a realizada em A Estrada em setembro de 2017 ou em Ourense em outubro de 2018.

Associação de Amigos da Terra de Montes. Esta associação, que trabalha para recuperar e promover a riqueza patrimonial e cultural da região, deu um grande apoio para a recuperação deste caminho de peregrinação. O seu presidente, entre outras ações, foi um dos protagonistas de um documentário, a estrear em breve, que descreve o que Terra de Montes oferece aos peregrinos desde Santiago de Pardesoa.

Ano 2020 :

Henrique Malheiro: De Braga, percorreu o caminho em agosto de 2017 e, desde esse momento, motivou muitos outros peregrinos a fazer o itinerário. É coautor da guia do caminho, traduzido em seis línguas, e participou em diversas ações de divulgação, presenciais e online.

José Eusébio: De Póvoa de Varzim, peregrinou pelo Caminho da Geira e dos Arrieiros em 2018 e posteriormente converteu-se num dos seus melhores embaixadores, organizando encontros com grande êxito, como o realizado em Póvoa de Varzim, em janeiro de 2019, e uma peregrinação em grupo que levou até Santiago de Compostela cem peregrinos.

José (falecido) e Josefa Rodríguez. Pai e filha, residentes em Beariz, foram uma grande ajuda para os peregrinos de 2017, quando disponibilizaram o único sitio disponível para os acolher nas melhores condições. O tratamento que lhes ofereceram é o melhor exemplo da tradicional hospitalidade da cultura jacobea.

José Eusebio

Presidente de la União de Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos (Amares

Carlos de Barreira y Henrique Malheiro

"Premios Abadessa Mariana" (troféu

Iglesia de Codeseda.

José Eusebio, al final del Camino.

José Manuel Almeida, ante la sede de organismos europeos.

Albergue de Caldelas

NOTA DE LA REDACCIÓN ) Nos parece tristísimo que cuando estos premios se entreguen, en apenas unos días, y estando como están las cifras de la pandemia de la Covid en cotas bajas tanto en Galicia como en el Norte de Portugal, no puedan reunirse en este acto emotivo todos los amigos -que tampoco serían tantos- del Camiño da Geira e dos Arrieiros, gallegos y portugueses, hermanos en una misma causa... 
El cierre sistemático de fronteras entre España y Portugal no conduce más que a constantes absurdos y quebrantos -también morales y sentimentales- como este que nos ocupa... 
Se cierra la frontera por sistema (ya van dos veces en menos de un año), pagando justos por pecadores... ¿Para cuando adecuados cierres perimetrales de municipios, barrios, comarcas incluso, provincias... pero no toda la totalidad de un territorio, donde habrá municipios en riesgo, pero otros no...?.
España y Portugal (ya no digamos Galicia y el Norte de Portugal) forman una unidad de destino, una complementariedad que no puede ni debe ser desgajada por el dedo gobernante del quita y pon de una frontera rancia, anquilosada y que al triste pasado nos devuelve. No acabaremos con el virus por tener permanentemente la frontera cerrada. Es más que probable que surja aún una cuarta ola... y si esta surge y la frontera ha estado hasta entonces cerrada, ¿quien pedirá perdón por el innecesario quebranto ocasionado?. ¿Hasta cuándo vamos a vivir así, fuera de una lógica razonable?
Se nos había hablado de convivir con el virus, dentro de las mayores precauciones, pero... esto no es convivir con el virus, esto es pretender matar moscas a cañonazos... y encima, con el virus así no acaban. ¿Para cuando unas dosis de sentido común para los Cabrita´s y Marlaska´s protagonistas en mascarón de proa de esta triste historia (e histeria) del cierre de las fronteras terrestres entre España y Portugal?