Mostra patente na Casa dos Crivos entre 1 de abril e 11 de junho.

Livro e exposição de Alfredo Cunha retratam vivências da cidade de Braga entre 1996 e 2022

Ao longo de mais de vinte e cinco anos, Alfredo Cunha, um dos mais conceituados e premiados fotógrafos portugueses, foi “um observador” do pulsar e das vivências da cidade de Braga. Os instantes captados pela objetiva do fotógrafo deram agora origem a um livro e a uma exposição com o título “Rua do Anjo, 1996-2022, Fotografias de Alfredo Cunha”.

A mostra vai ser inaugurada no próximo dia 1 de abril, pelas 17h00, na Casa dos Crivos, e o livro será apresentado, no dia 15, Sexta-feira Santa, pelas 16h00, e contará com a presença do presidente da Câmara Municipal, Ricardo Rio. As iniciativas estão inseridas nas celebrações da Semana Santa de Braga.

Ao todo, a mostra exibe um conjunto de 24 fotografias no formato120x80cm e estará patente ao público no horário de funcionamento da Casa dos Crivos até 11 de junho. Trata-se de uma seleção das cerca de 230 fotografias inseridas no livro.

De acordo com Alfredo Cunha são imagens que retratam o quotidiano da cidade, nomeadamente “o convívio existente entre os aspetos mais tradicionais da vida e os aspetos mais inovadores, mais modernos e mais cosmopolitas”. De resto, segundo o fotógrafo o mais surpreendente de observar em Braga é precisamente “o contraste e o convívio existente entre as várias Bragas”. E acrescenta: “Em Braga, conseguimos ver as coisas mais cosmopolitas ao lado de uma Igreja tradicional portuguesa. É muito engraçado ver isso, porque em Braga consegue-se fotografar a alma portuguesa”, refere a propósito Alfredo Cunha.

O livro conta com um texto da Professora Felisbela Lopes da Universidade do Minho, que faz o contexto da exposição, apresentando “uma cidade de contrastes” sob várias vertentes: cidade religiosa; cidade jovem; cidade empresarial e empreendedora; cultural, desportiva. A edição poderá ser adquirida na sessão de apresentação, no local junto do responsável presente da livraria Centésima Página.

Alfredo Cunha nasceu em Celorico da Beira, em 1953. Em 1970, iniciou a sua carreira profissional em fotografia e, em 1971, entrou no jornal Notícias da Amadora. Desde então, tem colaborado com muitas publicações, como O Século, o Público ou o Jornal de Notícias, tendo exercido em algumas o cargo de editor de fotografia. Foi fotógrafo oficial dos presidentes da República Ramalho Eanes e Mário Soares, recebendo a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique em 1996. É autor das famosas séries fotográficas dedicadas ao 25 de Abril de 1974 e à descolonização portuguesa, entre outras. Já publicou dezenas de livros de fotografia e apresentou dezenas de exposições, tendo recebido vários prémios e distinções pelo seu trabalho.

Felisbela Lopes é Professora Associada com Agregação na Universidade do Minho, onde foi Pró-Reitora entre 2009 e 2014. Ensina e desenvolve investigação no campo do Jornalismo no Departamento de Ciências da Comunicação e no CECS. É autora de dezenas de artigos científicos e de vários livros, entre os quais Jornalista: profissão ameaçada (Alêtheia Editores, 2015), Vinte Anos de Televisão Privada em Portugal (Guerra & Paz, 2012), A TV do Real (Minerva, 2008), A TV das Elites (Campo das Letras, 2007), A TV do Futebol (Campo das Letras, 2006) e O Telejornal e o Serviço Público (Minerva, 1999). É comentadora residente da RTP e colunista do Jornal de Notícias.