Mensagem aos peregrinos da Arquidiocese

D. Jorge Ortiga dirige uma mensagem aos peregrinos da Arquidiocese de Braga.





Caríssimo Peregrino

Também este ano gostaria de colocar nas tuas mãos, permite-me o tom familiar de amizade, uma palavra, um compromisso a levar para a vida. Entrar num santuário é sempre convite a levar consigo a exigência de uma vida melhor, que, este ano, sintetizo no trabalhar para ser discípulo missionário.

Os tempos que correm estão a exigir que os cristãos se consciencializem da sua identidade. A chamada globalização mundial tem confundido e misturado as diversas crenças, não permitindo que as pessoas manifestem inequivocamente aquilo em que acreditam. A confusão é de tal ordem que não se consegue operar algum tipo de distinção.

O católico sabe que, nos santuários, alimenta e celebra a sua fé para a viver no quotidiano. A peregrinação é importante e, por isso, deve deixar marcas nas opções de vida, nas atitudes concretas e nos ambientes onde passamos os nossos dias. Como discípulos de Cristo, teremos de ser sempre “sal” e “luz” que colocamos no meio da sociedade. A fé é o alimento da nossa vida. Um bem de tal modo precioso que não se pode reservar como algo exclusivo para nós. As coisas boas devem ser partilhadas e comunicadas aos outros. Daí que a nossa fé, sempre e particularmente hoje, deve ser anúncio, proclamação para que muitos outros a acolham. Seguimos Jesus segundo o critério “assim como Ele fez também nós devemos fazer.”. E Ele não reservou a Boa Nova de que era portador para Si ou para a intimidade com o Pai e o Espírito Santo. Pregou-a, revelou-a, anunciou-a. Também o cristão deve ser missionário para, aqui e agora, no lugar onde Deus o colocou, gritar com a vida e a palavra a mensagem de amor.

† Jorge Ortiga, Arcebispo Emérito de Braga