Los miembros de la dirección del colectivo de socios del Sporting de Braga, denominado "O Escadote", publicaban días atrás unos interesantes apuntes, a modo de ensayo-análisis, que con la debida venia vamos a reproducir, por los muy interesantes planteamientos que hacen. Dicen así :
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Um entretenimento é uma actividade ou um acto que produz o efeito de distracção e bem-estar num indivíduo ou num conjunto de indivíduos. A definição de entretenimento pode variar consoante o tempo e o espaço, o que num mundo globalizado e acelerado que experienciamos contemporaneamente, pode levar a percepções e mutações rápidas e diferentes num curto espaço de tempo.
O futebol, desde a sua génesis, é encarado como um entretenimento tanto por praticantes, bem como pelos seus apreciadores. Falar do futebol, é falar de um jogo simples que servia para divertir a classe trabalhadora. Existia para estar ao serviço dos adeptos, por isso, outrora, os clubes eram mais do que negócios.
Esta relação estreita entre o povo e o jogo, entre clubes e comunidade, acabou por criar um fenómeno social, produtor e transmissor de cultura e tradições, transformando as associações desportivas em colectividades de interesse público. Não é um exercício fácil encontrar noutros contextos, o número de filiados que as agremiações desportivas encerram.
A ascensão de políticas neoliberais na Europa têm produzido efeitos nefastos no desporto-rei. É verificável uma reforma na gestão e propósitos dos clubes e competições, criando uma lógica contrária aos princípios do mérito desportivo. Realidade que é fruto dos estados opressores que censuram e limitam a acção do cidadão-adepto, e de um mercado-livre que permite o enriquecimento dos administradores dos clubes-empresa. Até o charme do desporto tem sido vítima do elevado número de partidas para manter o subscritor de canais pagos entretido, tornando o jogo cada vez mais resultadista e cada vez menos espetacular e atrativo na sua prática.
Na actualidade, o futebol vive um momento da sua evolução que é caracterizado pela predominância do domínio económico sobre o jogo e os clubes, redundando na mercantilização do desporto.
O futebol, nos dias de hoje, é reconhecido paradoxalmente não como um desporto, mas como um negócio com múltiplos interesses.
A presença de múltiplos "sponsors" que têm como objectivo impulsionar e valorizar o seu produto através da visibilidade que o desporto-rei lhes propicia, produz uma realidade de concorrência financeira e relações de poder entre proponentes, que leva ao desenvolvimento de "praxis" lesivas que ameaçam os interesses do futebol, nomeadamente a corrupção.
A corrupção é um agente susceptível de trair a verdade desportiva, viciar competições e adulterar a gestão burocrática do desporto, acabando por debilitar a credibilidade do futebol.
Em Portugal, o futebol, tem vindo a perder adeptos e "tem a pior taxa de ocupação dentro do top-10 da UEFA (https://encurtador.com.br/hktzE). Este cenário resulta de vários factores, nomeadamente dos horários praticados (https://encurtador.com.br/ghqCL); violência policial (https://encurtador.com.br/bGHS7); viciação do jogo e descredibilização dos órgãos de tutela do futebol português (https://encurtador.com.br/dxCFP); (https://encurtador.com.br/kJOS3); legislação vigente e impreparação política dos partidos para legislar sobre o fenómeno social do desporto; preço da bilhética (https://www.jornaldenegocios.pt/.../ir_ao_futebol_em...); falta de cultura desportiva da população (https://cutt.ly/UwGHQD2U); etc.
Se retirarmos a simbiose entre as multidões e os clubes, se for incentivado o afastamento das pessoas da vida activa do clube, negando a produção de cultura, a transmissão de tradições e a promoção do espírito local, o futebol acaba por se transformar num entretenimento banal e dispendioso, podendo perder interesse para a concorrência da imensidão de divertimentos que hoje existem.
O futebol moderno, pensado e estruturado para o negócio pelos "Donos Disto Tudo", nunca descurou o seu público-alvo. Eles sabem quem é o futebol. O coração do futebol não é o dinheiro, é o povo! Povo esse, alienado e sabotado. Se eles fizerem uns truques, o povo distrai-se. Podem tirar-lhe a liberdade e a multidão até aplaude. Foi assim com a campanha do Continente para combater as baixas assistências no futebol português (algo já satirizado pela equipa de "O Escadote"). Inventar "soluções" dentro do sistema que é pai de todos os problemas. É assim quando retiram as pessoas a liberdade de decidir sobre o futuro das suas colectividades e as "expulsam" dos estádios para as televisões, canalizando o dinheiro dos adeptos para as corporações, em vez de ser investido na sua associação desportiva e no desenvolvimento do seu clube local e da sua comunidade.
Pensar o futebol enquanto entretenimento, é pensar no nosso corpo social e os valores que queremos transmitir às gerações futuras. Não devemos pensar nas lutas que ficaram por fazer, mas naquelas que ainda podemos travar (ainda restará alguma?). Saibamos aproveitar as oportunidades que surgem e, acima de tudo, estejamos atentos a todos aqueles que fazem promessas falsas e não têm respostas para nos dar. Apenas mentiras cada vez melhores. E, mentiras, não nos vão ajudar!
Um futebol que não seja para a mente e para o coração, mas sim para as câmara fotográficas, não traz alegria, não traz avanço civilizacional.

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+ Texto : "O ESCADOTE"
+ Fotos : "O Escadote"
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