Hace dos años, al recibir la medalla del Infante Dom Henrique Marco Paulo (1945-2024): “Não me façam nada depois de eu morrer porque não vou...
![]() |
Hace dos años, al recibir la medalla del Infante Dom Henrique |
Marco Paulo (1945-2024): “Não me façam nada depois de eu morrer porque não vou saborear, vou descansar. Gosto de tudo o que a vida me deu”
La muerte del cantante Marco Paulo, a los 79 años de edad, en la madrugada de este jueves, aunque noticia esperada, no ha dejado de entristecer a la inmensa mayoría de los portugueses. Bien se puede decir que no hay un portugués que no sepa quien era, quien fue Marco Paulo. Dueño de una portentosa voz, llegó a vender en su vida artística más de 6 millones de discos. Cantante popularísimo, seguido por públicos de diversas generaciones, era una persona humilde y cercana, que vivía por y para sus millones de fans, con muchos de los cuales conversaba frecuentemente por teléfono, en gestos inusuales en un artista de su fama.
Salió del Alentejo con cinco años, descalzo, para instalarse con sus padres en Alcabideche, cerca de Lisboa. Lo contó muchas veces. No tenía nada. Y con su voz, imponente voz, autodidacta, arrastró tras de si a millones de personas. Era frontal y sincero, decía lo que pensaba : “Se eu digo qualquer coisa que não está certa, é natural: não tenho estudos, não andei numa universidade”
Dos cánceres que soportó su cuerpo hasta que ya no pudo más, acabaron hace unas horas con la vida de este hombre que hasta hace muy pocas semanas aún tenía el valor de ponerse ante las cámaras de la Televisión SIC y semanalmente afrontar un programa en directo que se realizaba desde los jardines de la propia casa del cantante, aunque en las últimas veces se le veía ya muy debilitado.
Uma carreira de mais de 50 anos de prémios e sucessos.Lançou mais de 70 discos, recebeu centenas de prémios."Eu Tenho Dois Amores" foi o seu maior éxito, disco do que vendeu mais de 195 mil copias
O cantor estava a lutar contra dois cancros, um no pulmão, em estado controlado, e outro no fígado, que era mais crítico.“Infelizmente, a minha vida não está nas minhas mãos”, confessou o cantor português, em declarações quase um ano atrás ao Correio da Manhã. Apesar de tudo, Marco Paulo tentava manter a esperança e garantia estar a fazer a sua “vida normal”.
Ao longo de mais de cinco décadas, lançou mais de 70 grandes discos e teve muitas canções de sucesso. Foi distinguido com o título de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, era detentor de um Globo de Ouro e outros 140 galardões diversos.
Marco Paulo, nome artístico de João Simão da Silva, nasceu a 21 de janeiro de 1945, em Mourão, no distrito de Évora, fixando-se com a família em Alenquer, no distrito de Lisboa, no final dos anos 1950, e depois no Barreiro, já na década de 1960.
Um apontamento final :
O João Simão (MARCO PAULO) é os seus pais e irmãos viveram em Alenquer e andaram na escola na minha terra. Um dia fui assistir na Feira Popular antiga na avenida da República à exibição do Rancho Folclórico de Alenquer (Rancho dos Malmequeres, salvo erro) e subiu ao palco um miúdo de 8/9 anos para cantar uma bonita canção! (Os meus conterrâneos presentes disseram que ele cantava as canções de Joselito de forma brilhante). Segui mais tarde a sua carreira mesmo depois da Familia se ter mudado para o Barreiro, onde o seu pai funcionário público fora colocado. Anos depois foi cantar a Ferreirra do Zêzere. Era dirigente do SCFZ, organizador da Festa, e jantei com ele, os seus músicos e algumas fãs que ele me pediu para juntarmos juntos. Quando acabou perguntou se tinha de atravessar a pé à Feira? Disse-lhe que Ferreira do Zêzere era uma terra de gente educada e nada lhe aconteceria. E assim foi. Caminhámos no meio de uma multidão que ia abrindo caminho até ao local dos camarins na parte traseira do Mercado. Ele ficou surpreendido com a educação dos ferreirenses e para mim foi grande orgulho. O concerto foi um sucesso e maravilhou os mais de 5 mil espectadores. Partiu um grande cantor que muito sofreu nos últimos anos e que Deus tenha a sua alma em Paz. - (Joaquim Tapada, jornalista e crítico, reformado)