Triste situación la que en Portugal se está viviendo con el ferrocarril. Ahora que por fin se acaba de construir una nueva línea que llevarí...
Triste situación la que en Portugal se está viviendo con el ferrocarril. Ahora que por fin se acaba de construir una nueva línea que llevaría directamente de las afueras de Lisboa hasta Elvas... el ministro actual solo la quiere para... ¡mercancias!.
El ingeniero, gran experto en materia ferroviaria y diputado socialista, José Carlos Barbosa, no se ha callado... como cabía esperar habló alto y claro hace unas horas.
José Carlos Barbosa :As recentes declarações do Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, divulgadas pelo jornal oDigital, destacam a ausência de um plano claro e de visão estratégica para o futuro da ferrovia em Portugal. Ao admitir que o Governo está “ponderar” incluir o transporte de passageiros na nova linha ferroviária Évora-Elvas e afirmar que a combinação de mercadorias e passageiros “não é o ideal para a otimização” desta infraestrutura, o Ministro expõe um cenário de incerteza, falta de determinação e desconhecimento da operação ferroviária.
Um dos pontos mais preocupantes, como salientado por oDigital, é a hipótese de a linha Évora-Elvas, construída com um enorme investimento público, ser destinada exclusivamente ao transporte de mercadorias.
Se esta possibilidade se confirmar, Portugal poderá tornar-se o primeiro país no mundo a construir uma linha de alta velocidade apenas para mercadorias, operando a velocidades significativamente inferiores à capacidade da infraestrutura, um verdadeiro desperdício de fundos públicos.
Espero que depois destas declarações o Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, volte a mudar de posição porque já percebemos a falta de consistência das decisões do Governo na área ferroviária.
Recordamos que Pinto Luz, há não muito tempo, referia-se à CP como um sorvedouro de dinheiros públicos, mas recentemente declarou que a empresa é uma “grande empresa, cheia de grandes profissionais”. Da mesma forma, quando afirmava que a CP não necessitava de tantos comboios de alta velocidade quanto desejava, parecia querer limitar o crescimento da empresa pública. Hoje, surge com um discurso oposto, defendendo uma CP “ambiciosa, capaz de competir até no mercado espanhol”.
Esta mudança de discurso parece ocorrer sempre que o Partido Socialista coloca em causa as suas decisões, revelando falta de uma visão clara e consistente para o futuro da ferrovia nacional.
Esperamos que esta postura dúbia não leve o país a uma situação vergonhosa, como seria a inauguração da sua primeira linha de alta velocidade exclusivamente para mercadorias, enquanto a mobilidade de passageiros, uma prioridade em todo o mundo para estas infraestruturas, é relegada para segundo plano. Será desperdício de recursos públicos, naquela que é a maior obra ferroviária dos últimos 100 anos com um custo superior a 500 milhões de euros.
Portugal precisa de dar continuidade à estratégia ferroviária promovida pelos governos do Partido Socialista, reforçando a mobilidade nas áreas urbanas, promovendo o desenvolvimento do interior com o fortalecimento dos serviços de comboios regionais e Intercidades, construindo uma rede de Alta Velocidade e assegurando a acessibilidade das populações e a competitividade no contexto europeu através de novas ligações transfronteiriças.