La desesperante situación de la infraestructura y los trenes en Portugal...
La situación de deterioro de los servicios ferroviarios en Portugal -ahora "gobernados" por el centro-derecha que también gobierna el país- no puede ser más preocupante... Quejas y más quejas. Ahora, desde O Alentejo -y con razón- criticam substituição do comboio Intercidades por “automotoras obsoletas” no serviço da ferrovia no Alentejo. A CP retirou recentemente “as modernas e confortáveis carruagens Intercidades” do Alentejo e trocou-as por “automotoras UTE 2240, material manifestamente inadequado para longas distâncias”, acusam...
Pero es caso tras caso... el ministro Pinto Luz muestra con el paso del tiempo que la ferrovia no es lo suyo... y aunque lo disimule, tiene más "descarrilada" la CP que su antecesor socialista... que al menos tenía aquello haciéndose por el servicio "todo lo que se podía". Ahora hay una sensación de "tudo ao molho e fe em Deus" que solamente lleva a la preocupación constante, al ver día a día el deterioro general que el servicio ferroviario tiene en Portugal. La pregunta es... ¿hasta cuándo?, ¿qué se proponen los gobernantes, acaso descuartizar y privatizar la CP, lo que sería una puñalada mortal para el ferrocarril en Portugal?...
Hay quien no se calla ante lo que está sucediendo; día a día, en sus redes sociales lo expone. Aunque sea socialista -y diputado en la Oposición- este José Carlos Barbosa no deja de ser un notable defensor de la ferrovia, con pruebas dadas por su brillante gestión antaño, como ingeniero director de los talleres -milagrosos talleres- de recuperación de trenes, en Guifões, zona del Grande Porto.
Hoy, Barbosa... ha vuelto a tocar la sirena de aviso a Pinto Luz y los poco espabilados --¿o demasiado espabilados?-- que le secundan en la gestión de la ferrovia portuguesa...
Por José Carlos Barbosa :
Em 2019, a CP reduziu os serviços históricos, alegando falta de passageiros. Recordo bem as conversas com o Eng. Nuno Freitas. Dizia-me, com a convicção de quem acredita no poder da ferrovia como património vivo: “Os comboios históricos também servem para a CP ter uma relação de afectividade com os portugueses.”
E reforçava sempre que estes serviços, além de simbólicos e culturais, tinham um valor económico concreto, sendo uma importante fonte de receita complementar para a CP.
Foi com base nessa visão que arregaçámos as mangas. Criámos uma unidade dedicada à recuperação de comboios históricos, restaurámos material circulante, confiámos a liderança a equipas competentes e contratámos jovens para aprender, formar-se e executar o plano.
Os resultados foram rápidos: de um único serviço no Douro, passámos a três - todos esgotados. E ainda um serviço especial no natal Entre São Bento e Ermesinde também esgotado. No Vouguinha, as primeiras viagens a vapor foram um êxito. O comboio tornou-se um símbolo regional e uma bandeira da ferrovia com memória.
Mais recentemente, infelizmente, deixamos de ter comboios Vapor a circular em Portugal. De um lado, a Mallet E 204, de via estreita, ficou imobilizada por problemas na caldeira. Do outro, a CP 0186, locomotiva a Vapor de via larga, foi considerada pela IP demasiado pesada por eixo para atravessar uma ponte sem manutenção adequada. Talvez pensem que as locomotivas engordam…
Apesar disso, as imagens que vi recentemente da Mallet E 204, já com a caldeira retirada para intervenção, trazem uma réstia de esperança: o vapor poderá regressar ao Vouguinha.
Já no Douro, é impossível não notar o silêncio ensurdecedor dos autarcas do PSD. Aqueles que, durante a governação do PS, eram acérrimos defensores do turismo ferroviário e da Linha do Douro, agora que o serviço a vapor desapareceu… calam-se.
Como também dizia o Eng. Nuno Freitas:
“A ideia tem subjacente estabelecer uma relação afectiva e emotiva entre os portugueses e a CP.”
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Mas há valores que não deviam mudar: o respeito pelo nosso património, a aposta na ferrovia como memória colectiva e a visão de futuro sobre carris e com a nossa identidade.